sexta-feira, dezembro 11, 2009

das flores

- Flor!

Chamaram-na de flor e ela acreditou!   
Fidedigna àquilo que era, passou a se comportar como flor.
Esperava ser tratada como flor e sentia-se como flor verdadeiramente.
Sentia os mimos,
A terra afofada,
A água fresca,
A luz e o descanso.
Sentia que podia perfumar o ambiente e encantar aos olhares.

Chamaram-na de flor e ela acreditou!
Sentia-se flor e cuidava para que não machucasse ninguém se como flor brotassem alguns espinhos parentes da rosa.
Sentia-se viva e forte como flor;
Frágil, porém vigorosa e vibrante.

Chamaram-na de flor e assim foi por algum tempo.
Tanto tempo que convenceu-se de que era realmente flor.
Chamavam-na flor e ela respondia como se assim o fosse.
Acreditou que tal como flor, as raízes da planta que a sustentasse fossem profundas,
Acreditou que tal como flor, houvesse seiva para que o brilho fosse revigorado dia à dia,
A cada novo nascer do sol!

Chamaram-na de flor e ela acreditou que a poeira tal como vinda com o vento seria também levada e as cores vivas ressurgiriam.
Aos poucos se perdeu, quando já não pareciam tratar-lhe como flor.
Por que haveriam chamado a ela de flor se não fosse uma flor?

Chamaram-na de flor...
mas esqueceram de lhe avisar que era uma flor de plástico.
Apenas uma flor de plástico!

Um comentário:

Arthur Lopes (arthurlopesparatodos@blogspot.com) disse...

Belas palavras! lembrei de saint-exupéry "não se deve nunca escutar as flores.Basta admirá-las, sentir seu aroma. A minha perfumava todo o meu planeta, mas eu não sabia como desfrutá-la".