sábado, abril 25, 2009

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saudades da geladeira de rodinhas...!
(muitas)
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segunda-feira, abril 06, 2009

Olívia Dalla Rosa

Uma pessoa muito querida se formou em Letras/Inglês no início deste ano pela UFMT, mas até hoje me enrolei nos tropeços do dia-a-dia sem prestar a homenagem que assim planejei. Nada mais apropriado que publicar uma reflexão que a própria formanda faz sobre a condição do professor na nossa realidade pública de ensino. Olívia, minha amiga, parabéns por esta conquista. Você merece por cada obstáculo que você ultrapassou! Tenha sempre a serenidade e a força para lutar contra os pesares que você mesma identificou, mesmo que seja com pequenos gestos.

Reflexão
Por Olívia DallaRosa

“O que será, que será?” Já dizia o poeta. De poetas em poetas chegamos onde estamos. E onde estamos? Chico Buarque reflete os meus mais profundos pesares. Pesares estes que todos podem ver, uma sociedade corrompida, sem eira nem beira, sem compromisso com os seus. Na educação, ou melhor, na falta de educação - moral ou intelectual, religiosa nem se fala. Hoje o nosso Deus é Pelé, que Ele não saiba ou ao menos nos perdoe.

Mas então, vamos ensinar! Vamos entrar numa sala, onde a aula começa às 19h e termina às 19h55, e dizer aos alunos que verbo é a palavra que faz uma ação. Mas os ensinamos o real valor de agir, de ser, de exigir e ser exigido? O que esta por trás das palavras que estão “suspirando pelas alcovas”, queremos mesmo saber? Ou fingimos não saber, nós professores, que temos clientes e não alunos?

“Que vive nas idéias desses amantes / Que cantam os poetas mais delirantes”
“O que esta na vida de tão pouco viver?”

Vamos professor, responda! Ou você se esquece de que a vida não se resume em conteúdos programáticos, programados pelo Governo Federal, de uma federação fedida e fundida na mentira que aceitamos e assinamos? Quem nos corrompe se não nos mesmos que aceitamos tudo da mídia forjada que balança para o peso mais forte do papel verde, azul, amarelo... Que agora já não importa mais sua cor e seu credo.

O que importa saber regras do uso da vírgula se nem mesa muitas das escolas possuem? Vamos ensinar que com o baixo salário daquele que muda o seu pensar muitas vezes se destrói seus sonhos por pouco se amar. Vamos professor, avante!

“O que será que será / Que todos os avisos não vão evitar / Porque todos os risos vão desafiar / Porque todos os sinos irão repicar / Porque todos os hinos irão consagrar / E todos os meninos vão desembestar / E todos os destinos irão se encontrar / E mesmo o padre eterno que nunca foi lá / Olhando aquele inferno vai abençoar / O que não tem governo nem nunca terá / O que não tem vergonha nem nunca terá / O que não tem juízo...”

Avante com a própria ignorância, “porque todos os risos vão desafiar”, não a ignorância de não saber que sujeito desinencial se refere ao sujeito implícito na desinência do verbo que percebemos na conjugação do próprio.

Vamos avante com o real sentido de ignorar. Ignorar que o Leandro da 3ª fase fora reprovado por faltas, por falta de aulas que não foram dadas, pelo bater papo de professores em sala, por preguiça de ensinar que ele era minha extensão como ser humano, como é a sua! E não se esqueça “ todos os destinos irão se encontrar”.

Ele fora reprovado, também, por usar drogas. Por que ajudar um menino que usa drogas ou vários deles? Fingimos não saber que “todos os meninos vão desembestar”. E mesmo assim, ninguém lhes pergunta o porquê? Alguém quis saber se o pai do Leandro era alcoólatra e que quando criança ser jogado na sarjeta era o hobby de seu pai?

Quem foi que disse que ele não mudará nada de sua realidade, ou até mesmo da minha? Foram alguns dos “que não tem governo nem nunca terá” que o marginalizara. Aqueles que nos frustram porque nossa resposta não esta de acordo com a do livro didático do professor.

Esses são só alguns dos meus eternos pesares de saber que, para alguns, ser professor é: discriminar, excluir e tachar porque os alunos não estão de acordo com o esperado pelo P.P.P, ou seja lá o que for de lei ou regra para massificar, matar, corromper, mas sobretudo fazê-los acreditar que eles não podem e não são como eu e você.

E quem não “tem juízo e nunca terá? // E mesmo o padre eterno que nunca foi lá //Olhando aquele inferno vai abençoar”.

quinta-feira, abril 02, 2009

Pessoas


Procura-se pessoas.
Por entre as cabeças e grupos em busca de Pessoa.
Encaro de frente,
mesmo quando sujeito às representações Cínicas.
Tento a representação do meu Eu mais sincero.
Mesmo tropeçando nos atos de disfarce,
nas fantasias,
nas cores,
nos pretos e brancos,
nos sexos e sexo.
Não descarto as pessoas encontradas.
Mesmo quando desviam o olhar do meu.
As Pessoas fazem parte do que sou.

Procura-se Outras pessoas!