sexta-feira, dezembro 11, 2009

das flores

- Flor!

Chamaram-na de flor e ela acreditou!   
Fidedigna àquilo que era, passou a se comportar como flor.
Esperava ser tratada como flor e sentia-se como flor verdadeiramente.
Sentia os mimos,
A terra afofada,
A água fresca,
A luz e o descanso.
Sentia que podia perfumar o ambiente e encantar aos olhares.

Chamaram-na de flor e ela acreditou!
Sentia-se flor e cuidava para que não machucasse ninguém se como flor brotassem alguns espinhos parentes da rosa.
Sentia-se viva e forte como flor;
Frágil, porém vigorosa e vibrante.

Chamaram-na de flor e assim foi por algum tempo.
Tanto tempo que convenceu-se de que era realmente flor.
Chamavam-na flor e ela respondia como se assim o fosse.
Acreditou que tal como flor, as raízes da planta que a sustentasse fossem profundas,
Acreditou que tal como flor, houvesse seiva para que o brilho fosse revigorado dia à dia,
A cada novo nascer do sol!

Chamaram-na de flor e ela acreditou que a poeira tal como vinda com o vento seria também levada e as cores vivas ressurgiriam.
Aos poucos se perdeu, quando já não pareciam tratar-lhe como flor.
Por que haveriam chamado a ela de flor se não fosse uma flor?

Chamaram-na de flor...
mas esqueceram de lhe avisar que era uma flor de plástico.
Apenas uma flor de plástico!

quarta-feira, julho 01, 2009

nostalgia!

sempre fomos muito amigos... confidentes um do outro... enamorados...

interrompidos...

coisas assim...!

terça-feira, junho 16, 2009

Chuva!

Depois da meia noite, escuto a chuva:

começa devagarinho, às vezes suave, às vezes forte e quase ensurdecedora!
Incrível como consegue acariciar mesmo quando pode assustar!
É assim como os carinhos de amor quando sabemos que podem se desencantar!

Uma vez me disseram que o cheiro de terra molhada não é de verdade o cheiro da água na terra, mas sim da água quando caem nas folhas. Talvez eu nem me lembre mais quem disse. Mas não posso nunca deixar de sentir esse cheiro verdadeiro.

Cheiro de "terra molhada" é bom! É muito bom! É por isso que carrego dentro de mim!

Thais

quarta-feira, junho 10, 2009

sexta-feira, junho 05, 2009

Metade

Escrevi pra um amigo que está longe e percebi o quanto realmente acredito em tudo isso:

Quando viajamos, quando mudamos de lugares físicos e quando mudamos dentro de nós, temos primeiro esperanças, mas aos poucos surgem medos, às vezes desespero.
Às vezes euforia e uma confiança que só por ela temos coragem de seguir em frente. Às vezes vontade de desistir de tudo.
Somos metades em busca das outras pessoas, dos outros sentimentos, das outras verdades.
Percebemos que pode ser um caminho sem volta, porque uma vez partido do destino de origem, nunca mais seremos capazes de nos tornar algo puro.
Somos contaminados pelos outros, somos contaminados pela magia de nos misturar e nunca mais teremos-nos inteiro, porque por cada lugar que passarmos, vai ficar um pouco de nós e vamos levar um pouco dele.
Felizmente, com o tempo é possível ter essa certeza, as dores deixarão saudades, as saudades são e serão memórias daquilo que vivemos de verdade.
Somos metades pelo caminho, quando partimos não deixamos nunca mais de caminhar, ainda que voltemos à origem, as origens serão várias...

Foto por Tales Tavares

Quando estava longe de casa, aos 16 anos, bastante machucada pela distância, meu pai me mandou algo que me marcou muito. Era assim desde antes, é assim desde então:

Metade - Oswaldo Montenegro
Composição: Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso
mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste,
e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

sexta-feira, maio 29, 2009

O direito ao corpo

Tenho estado pensando nas pessoas que, por sua condição física de dor ou humilhação, prefeririam que a morte tomasse a vida no seu colo e a fizesse dormir. O desejo de morrer é uma oração, um suspiro da vida que deseja voar. (Rubem Alves)

Leia o texto completo em:
http://aprendiz.uol.com.br/content/swucirefre.mmp

terça-feira, maio 12, 2009

Bend in The Road

By Donavon Frankenreiter

It wasn't you
It wasn't me, my friend
And I don't know but it feels like the end

Why don't you tell me
What went wrong
Don't you think we could work it out tonight

And where'd you go
This world we've grown don't tell me its gone
It's just a bend in the road
But this road always goes on

Why don't you tell me
What went wrong, what went wrong
Don't you think we could work it out tonight

You don't want to see me
You don't want to talk on the telephone
I want to see you its just that
I don't want to see you goI don't want to see you go, no

Why don't you tell me
What went wrong
Don't you think we could work it out tonight

segunda-feira, maio 11, 2009

With my Own two Hands

With My Own Two Hands
Ben Harper

I can change the worldWith my own two handsMake it a better placeWith my own two handsMake it a kinder placeWith my own two handsWith my own, with my own two handsI can make peace on earthWith my own two handsI can clean up the earthWith my own two handsI can reach out to youWith my own two handsWith my own, with my own two handsI'm gonna make it a brighter placeWith my own two handsI'm gonna make it a safer placeWith my own two handsI'm gonna help human raceWith my own two handsWith my own, with my own two handsWith my own, with my own two handsI can hold youIn my own two handsI can comfort youWith my own two handsBut you've got to useUse your own two handsUse your own, use your own two handsUse your own, use your own two handsWith our ownWith our own two handsWith our ownWith our own two handsOh, you got to use your own two handsWith our own, with our own two handsWith our own, with our own two handsWith our own, with our own two hands

sábado, abril 25, 2009

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saudades da geladeira de rodinhas...!
(muitas)
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segunda-feira, abril 06, 2009

Olívia Dalla Rosa

Uma pessoa muito querida se formou em Letras/Inglês no início deste ano pela UFMT, mas até hoje me enrolei nos tropeços do dia-a-dia sem prestar a homenagem que assim planejei. Nada mais apropriado que publicar uma reflexão que a própria formanda faz sobre a condição do professor na nossa realidade pública de ensino. Olívia, minha amiga, parabéns por esta conquista. Você merece por cada obstáculo que você ultrapassou! Tenha sempre a serenidade e a força para lutar contra os pesares que você mesma identificou, mesmo que seja com pequenos gestos.

Reflexão
Por Olívia DallaRosa

“O que será, que será?” Já dizia o poeta. De poetas em poetas chegamos onde estamos. E onde estamos? Chico Buarque reflete os meus mais profundos pesares. Pesares estes que todos podem ver, uma sociedade corrompida, sem eira nem beira, sem compromisso com os seus. Na educação, ou melhor, na falta de educação - moral ou intelectual, religiosa nem se fala. Hoje o nosso Deus é Pelé, que Ele não saiba ou ao menos nos perdoe.

Mas então, vamos ensinar! Vamos entrar numa sala, onde a aula começa às 19h e termina às 19h55, e dizer aos alunos que verbo é a palavra que faz uma ação. Mas os ensinamos o real valor de agir, de ser, de exigir e ser exigido? O que esta por trás das palavras que estão “suspirando pelas alcovas”, queremos mesmo saber? Ou fingimos não saber, nós professores, que temos clientes e não alunos?

“Que vive nas idéias desses amantes / Que cantam os poetas mais delirantes”
“O que esta na vida de tão pouco viver?”

Vamos professor, responda! Ou você se esquece de que a vida não se resume em conteúdos programáticos, programados pelo Governo Federal, de uma federação fedida e fundida na mentira que aceitamos e assinamos? Quem nos corrompe se não nos mesmos que aceitamos tudo da mídia forjada que balança para o peso mais forte do papel verde, azul, amarelo... Que agora já não importa mais sua cor e seu credo.

O que importa saber regras do uso da vírgula se nem mesa muitas das escolas possuem? Vamos ensinar que com o baixo salário daquele que muda o seu pensar muitas vezes se destrói seus sonhos por pouco se amar. Vamos professor, avante!

“O que será que será / Que todos os avisos não vão evitar / Porque todos os risos vão desafiar / Porque todos os sinos irão repicar / Porque todos os hinos irão consagrar / E todos os meninos vão desembestar / E todos os destinos irão se encontrar / E mesmo o padre eterno que nunca foi lá / Olhando aquele inferno vai abençoar / O que não tem governo nem nunca terá / O que não tem vergonha nem nunca terá / O que não tem juízo...”

Avante com a própria ignorância, “porque todos os risos vão desafiar”, não a ignorância de não saber que sujeito desinencial se refere ao sujeito implícito na desinência do verbo que percebemos na conjugação do próprio.

Vamos avante com o real sentido de ignorar. Ignorar que o Leandro da 3ª fase fora reprovado por faltas, por falta de aulas que não foram dadas, pelo bater papo de professores em sala, por preguiça de ensinar que ele era minha extensão como ser humano, como é a sua! E não se esqueça “ todos os destinos irão se encontrar”.

Ele fora reprovado, também, por usar drogas. Por que ajudar um menino que usa drogas ou vários deles? Fingimos não saber que “todos os meninos vão desembestar”. E mesmo assim, ninguém lhes pergunta o porquê? Alguém quis saber se o pai do Leandro era alcoólatra e que quando criança ser jogado na sarjeta era o hobby de seu pai?

Quem foi que disse que ele não mudará nada de sua realidade, ou até mesmo da minha? Foram alguns dos “que não tem governo nem nunca terá” que o marginalizara. Aqueles que nos frustram porque nossa resposta não esta de acordo com a do livro didático do professor.

Esses são só alguns dos meus eternos pesares de saber que, para alguns, ser professor é: discriminar, excluir e tachar porque os alunos não estão de acordo com o esperado pelo P.P.P, ou seja lá o que for de lei ou regra para massificar, matar, corromper, mas sobretudo fazê-los acreditar que eles não podem e não são como eu e você.

E quem não “tem juízo e nunca terá? // E mesmo o padre eterno que nunca foi lá //Olhando aquele inferno vai abençoar”.

quinta-feira, abril 02, 2009

Pessoas


Procura-se pessoas.
Por entre as cabeças e grupos em busca de Pessoa.
Encaro de frente,
mesmo quando sujeito às representações Cínicas.
Tento a representação do meu Eu mais sincero.
Mesmo tropeçando nos atos de disfarce,
nas fantasias,
nas cores,
nos pretos e brancos,
nos sexos e sexo.
Não descarto as pessoas encontradas.
Mesmo quando desviam o olhar do meu.
As Pessoas fazem parte do que sou.

Procura-se Outras pessoas!

domingo, março 08, 2009

Chapada

A tristeza vem do vento que me soprou que este é o fim de um ciclo. De volta no mesmo lugar, a mesma terra que abençoou e encantou, é a mesma que te sacode e joga na cara os teus erros!? E faz revoada nos pensamentos. A mesma terra que te traz sonho realidade; te leva embora o fio esperança. Esperei por tantos dos trens que passaram. Um deles acaba de abandonar a estação! Trouxe alguns, você foi o ultimo a descer e eu esperei. Outra pessoa pegou na sua mão e te levou. Eu continuo só! Nem sei porque esperei. Estou cansada de me sentar ao banco de espera.

Um pedaço do meu pensamento... nada mais!

Thais Julianne
julho/2008

domingo, fevereiro 22, 2009

Continuamos iguais!

Continuamos iguais, ainda diferentes!
Parece o pouco que conhecemos,
é como tudo aquilo que não precisava ser dito.
O dizer pelo outro,
o momento exato que simplesmente se é.
As indecisões e angústias,
mais que isso talvez as certezas críticas.
Continuamos iguais,
lidos um no outro,
desertos em nossa solidão.
Acompanhados mesmo quando sós.
Continuamos iguais,
mesmo tempo passado,
mesmo distantes,
tão diferentes e tão iguais.
Com o coração que entoa emoções acima da razão!
Com a alma que anseia algo mais além do corriqueiro!
Com o desejo ...
desejos dispersos, mas lidos um no outro.
Com o peito que remexe em notas e acordes,
às vezes graves, às vezes tão agudos e finos...
chega dói.
Nem para de doer, amortiza.
Continuamos igual, diferentes dos demais.

Thais - 22fev09

domingo, fevereiro 15, 2009

Resignada!

Sonhos adormecidos, ilusões que cativei...
Ignorante do parêntese!
Sedenta pelo caminho e certa da participação!
Reciprocidade em pó.
Segredos ao vento...
Cumplicidade alheia.
Resignada.
Sedenta pela força que destrua o que espera!
Esperanças restritas.
Errante, em frente ao passado;
Adiante o futuro!
Silêncio e introspecção que endurecem as vozes melodramáticas e impulsivas;
calam as vozes que gritam e pedem atenção!
Resignação e solidão!
E um sorriso amarelo pra não deixar enrijecer a face (ou o coração).

o8.fev.2009

sexta-feira, fevereiro 13, 2009

Hey Você!

Lembra-se de quando dormíamos en-cantados?

Você que me visita todas as noites...
Lembra-se?
Nossos corpos se encaixavam de tal forma que nos torvávamos Um!
De quando só acreditávamos ser tudo realidade
Porque escutávamos o som indesejado do despertador!?

Mas hey, não tenhas tanta certeza de que és Você!
Pode ser Outro você!
Ou se tiverdes essa certeza, ...

Então, talvez não seja em vão todos os
Pensamentos e lembranças inconvenientes que
Assolam a memória e sentimentos noite adentro.

Lembra-se de quando dormíamos nus,
Exaustos de tanto amor...?
Lembra-se da Lua Cheia a nos velar?
Abençoou nossa união e ainda chora nossa distância!

Lembra-se dos nossos planos em Participar? Das nossas certezas em Ser?
Lembra-se de nós?

Talvez a mera lembrança já seja uma alegria de que tudo não foi apenas
Ilusão.
Fantasias de meninA-mulher sedenta de realizações em(com) quem confia.De quem acreditou (mais do que ser um parêntese finito!)