Pensei em escrever sobre natais estranhos (ou um natal estranho);
Pensei em escrever sobre ser surpreendida (positiva ou negativamente);
Pensei em escrever sobre planos para viagens de última hora com a família como se fossem sua tábua de salvação;
Pensei em escrever sobre o momento em que me perdi;
Pensei em escrever sobre os pedaços de mim em que ainda acredito;
Pensei em escrever sobre os castelos que construímos com a ajuda de alguém que lhe faz acreditar em sentimentos sólidos, mas de repente, era só areia;
Pensei em dialogar com textos e vozes que me são tão importantes;
Pensei em tentar entender sobre sentimentos tão fortes dentro de mim;
Sobre como diluir ou simplesmente arrancá-los de dentro de mim!
Ando pensando em muitas coisas...
Por tantas vezes queria conseguir me eximir dos pensamentos e manter apenas o silêncio.
Enquanto isso.. .tá tudo muito misturado...uma grande massa de elementos que se confundem e me fazem ir seguindo, buscando e persistindo, mesmo sem grandes certezas. Sem continuidade, quase sem forças, mas tentando olhar pra frente (ou pro céu).
Thais – 27/dez/2008
sábado, dezembro 27, 2008
terça-feira, dezembro 23, 2008
Feridas
A ferida é oculta! Não há resquícios abertos aos olhos corriqueiros se não pelas frivolidades aparentes de quem a sente. O machucado borbulha no anseio de que remédios e o tão aclamado tempo lhe seja complacente. As frases tão repetidas que lhe jogam completa responsabilidade sobre suas atitudes já parecem quase um mantra.
É difícil compreenderem que há uma distância entre querer e nesta profundidade do sentimento, conseguir efetivamente sentir o que seu peito já acostumou a sentir de outras formas. As dores são latentes, mas silenciadas. Torturada pelas lembranças proibidas que lhe tiram o sono noite a dentro.
O sentimento acostumou a persistir. É difícil explicar-lhe que ele não vale mais à pena. A busca pela felicidade sente-se só depois que acreditou ter companhia. Cem mil poetas, todos eles só, não são capazes de decifrar as dores da alma. Escutei não me lembro onde, que o poeta assim como o cego, enxerga na escuridão.
Quem sabe ele veja um clarão pela frente! Quem sabe fogo que arde e desperta vida. Esperanças por dores menos doloridas. Certa de que a vida segue, mesmo que cheia de curativos internos e anseios ainda secretos do futuro. Sedenta por uma noite de sono que acalente os desejos reprimidos e traga tranqüilidade - se pedir alegria é demais por enquanto.
Thais – 22/dez/2008
É difícil compreenderem que há uma distância entre querer e nesta profundidade do sentimento, conseguir efetivamente sentir o que seu peito já acostumou a sentir de outras formas. As dores são latentes, mas silenciadas. Torturada pelas lembranças proibidas que lhe tiram o sono noite a dentro.
O sentimento acostumou a persistir. É difícil explicar-lhe que ele não vale mais à pena. A busca pela felicidade sente-se só depois que acreditou ter companhia. Cem mil poetas, todos eles só, não são capazes de decifrar as dores da alma. Escutei não me lembro onde, que o poeta assim como o cego, enxerga na escuridão.
Quem sabe ele veja um clarão pela frente! Quem sabe fogo que arde e desperta vida. Esperanças por dores menos doloridas. Certa de que a vida segue, mesmo que cheia de curativos internos e anseios ainda secretos do futuro. Sedenta por uma noite de sono que acalente os desejos reprimidos e traga tranqüilidade - se pedir alegria é demais por enquanto.
Thais – 22/dez/2008
segunda-feira, dezembro 22, 2008
Lua e Flor
Eu sempre gostei de Oswaldo Montenegro. De vez em quando redescubro algumas de suas letras e o quanto elas revelam ... parecidas tão pessoais...
Às vezes ser impessoal e dizer através do outro nos torna menos melancólicos que assumir nossos sentimentos. O mundo não aceita muito bem o que trazemos dentro da alma.
Lua e Flor
Oswaldo Montenegro
Eu amava
Como amava algum cantor
De qualquer clichê
De cabaré, de lua e flor...
E sonhava como a feia na vitrine
Como carta que se assina em vão...
Eu amava
Como amava um sonhador
Sem saber porquê
E amava ter no coração
A certeza ventilada de poesia
De que o dia, amanhece não...
Eu amava
Como amava um pescador
Que se encanta mais com a rede que com o mar
Eu amava, como jamais poderia
Se soubesse como te encontrar...
Às vezes ser impessoal e dizer através do outro nos torna menos melancólicos que assumir nossos sentimentos. O mundo não aceita muito bem o que trazemos dentro da alma.
Lua e Flor
Oswaldo Montenegro
Eu amava
Como amava algum cantor
De qualquer clichê
De cabaré, de lua e flor...
E sonhava como a feia na vitrine
Como carta que se assina em vão...
Eu amava
Como amava um sonhador
Sem saber porquê
E amava ter no coração
A certeza ventilada de poesia
De que o dia, amanhece não...
Eu amava
Como amava um pescador
Que se encanta mais com a rede que com o mar
Eu amava, como jamais poderia
Se soubesse como te encontrar...
Parquinho de Infância
Quando a gente fica grandinho e supostamente maduro, mas mesmo assim não consegue bem entender as coisas à nossa volta, recorremos inconscientemente às memórias da infância. Nostalgia incentivada pelos pedaços já dilacerados que ficaram de tempos passados.
Folhas secas, galhos e alguns pedaços de lixo estão jogados pelo chão. O cercado parece reformado de não muitos anos atrás. Mesmo assim, o único meio de acesso é a portinhola derrubada no chão. Dentro estão ferros retorcidos, enferrujados, peças soltas e algumas das estruturas básicas fincadas ao chão seco.
Dos balanços e outros tantos que nem me recordo o nome, resta inteiro mesmo que com as cores descascadas, apenas o popular “trepa - trepa”. Sempre foi meu preferido. Como era divertido galgar até o ponto mais alto e de lá me virar de ponta cabeça, presa pelos joelhos e com os braços livres, quase testando a força de minhas pernas.
Agora, posso em pé, alcançar com os braços o topo da última barra de metal sem qualquer esforço. Com apenas dois movimentos é possível me sentar no alto. Mas, de repente, a visão já não é tão diferente de como há dez ou quinze anos. De todas as facilidades adquiridas, contraditoriamente, não quis me virar de cabeça para baixo. Já não era excitante e desafiante. Ou apenas a sensação de que teria dores de cabeça.
O silêncio acompanha aqueles momentos revividos dentro de mim. Chego a ter uma súbita vontade de revitalizar o parquinho de infância. Quem sabe se tornasse memória para outros também. Não apenas o parque abandonado do bairro. Não vou mentir, não era freqüentadora assídua, mas é parte do que consigo lembrar da minha infância.
Os pensamentos se vão e voltam outros, mais atuais e menos saborosos. Ainda não se passou tanto tempo que as folhas tenham secado e os galhos retorcidos se perdido. Perdemos as perspectivas do que deixar acontecer. Nem sempre sabemos qual é o ponto exato em que o parquinho começou a envelhecer e perdemos o controle sobre nossas vidas. De repente, as memórias são tão recentes e você não sabe como agir sobre elas...
Parecem grandes de mais para se guardar tão logo no baú de nossas almas.
Thais – 21/dez/2008
Folhas secas, galhos e alguns pedaços de lixo estão jogados pelo chão. O cercado parece reformado de não muitos anos atrás. Mesmo assim, o único meio de acesso é a portinhola derrubada no chão. Dentro estão ferros retorcidos, enferrujados, peças soltas e algumas das estruturas básicas fincadas ao chão seco.
Dos balanços e outros tantos que nem me recordo o nome, resta inteiro mesmo que com as cores descascadas, apenas o popular “trepa - trepa”. Sempre foi meu preferido. Como era divertido galgar até o ponto mais alto e de lá me virar de ponta cabeça, presa pelos joelhos e com os braços livres, quase testando a força de minhas pernas.
Agora, posso em pé, alcançar com os braços o topo da última barra de metal sem qualquer esforço. Com apenas dois movimentos é possível me sentar no alto. Mas, de repente, a visão já não é tão diferente de como há dez ou quinze anos. De todas as facilidades adquiridas, contraditoriamente, não quis me virar de cabeça para baixo. Já não era excitante e desafiante. Ou apenas a sensação de que teria dores de cabeça.
O silêncio acompanha aqueles momentos revividos dentro de mim. Chego a ter uma súbita vontade de revitalizar o parquinho de infância. Quem sabe se tornasse memória para outros também. Não apenas o parque abandonado do bairro. Não vou mentir, não era freqüentadora assídua, mas é parte do que consigo lembrar da minha infância.
Os pensamentos se vão e voltam outros, mais atuais e menos saborosos. Ainda não se passou tanto tempo que as folhas tenham secado e os galhos retorcidos se perdido. Perdemos as perspectivas do que deixar acontecer. Nem sempre sabemos qual é o ponto exato em que o parquinho começou a envelhecer e perdemos o controle sobre nossas vidas. De repente, as memórias são tão recentes e você não sabe como agir sobre elas...
Parecem grandes de mais para se guardar tão logo no baú de nossas almas.
Thais – 21/dez/2008
quarta-feira, dezembro 17, 2008
Dos barulhos da natureza
O breu me convidou e aguçava meus ouvidos para os sons dos bichos e folhas
Ora sussurravam, ora gritavam.
Tão pouco conscientes do outro,
Por vezes confusos entre si,
Mas sempre harmonicamente:
aqui dois, acolá os demais.
A passarada nem sempre dorme tão cedo.
De repente vai emudecendo,
enquanto alguns relutam.
No céu, foram-se as estrelas.
De longe escutavam e murmuravam a poucos o que pensam das noites
Restou apenas uma. Só.
Mas por de trás da cortina de neblina,
Tenho certeza das milhares que faziam festa!
Psiu...!
. hey!
..
.
Se a gente ficar bem quietinho, é possível escutar a alegria!
Thais – 16/dez/2008
Ora sussurravam, ora gritavam.
Tão pouco conscientes do outro,
Por vezes confusos entre si,
Mas sempre harmonicamente:
aqui dois, acolá os demais.
A passarada nem sempre dorme tão cedo.
De repente vai emudecendo,
enquanto alguns relutam.
No céu, foram-se as estrelas.
De longe escutavam e murmuravam a poucos o que pensam das noites
Restou apenas uma. Só.
Mas por de trás da cortina de neblina,
Tenho certeza das milhares que faziam festa!
Psiu...!
. hey!
..
.
Se a gente ficar bem quietinho, é possível escutar a alegria!
Thais – 16/dez/2008
sexta-feira, dezembro 05, 2008
Luz Crescente
De repente a lua crescente me enche os olhos e atrai a atenção que por tantos anos dediquei à lua cheia. De repente são as perspectivas e esperança que crescem junto! Tão singela, ainda em processo de formação e mesmo assim não deixa de marcar tua presença! Ilumina! Experiência por algum momento precisa ser iniciada. Caminhos nem sempre oferecem tantas alternativas, mas pelo menos um segue adiante. E o destino é inexorável. E acredito no meu destino tal qual ele me parece verdadeiro e justo, ainda que seja preciso esperar. A lua crescente traz pela primeira vez a beleza em ter serenidade. A lua crescente mostra-me a força da paciência. A luz crescente irradia lua!
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